Situações Conflituosas: A arte de negociar em meio a conflitos
Em uma realidade onde as agências que controlam 60% do PIB ameaçam entrar em greve, a habilidade de negociar greves e situações conflituosas torna-se uma ferramenta indispensável para líderes e gestores.
Nesse contexto, o presente artigo explora as complexidades e o desafio de negociar greves em meio a um conflito de interesses, oferecendo insights valiosos para profissionais que buscam aprimorar suas habilidades negociais.
O Desafio de negociar greves
Greves têm sido uma ferramenta poderosa para categorias trabalhistas ao longo da história, especialmente quando programadas para próximas de datas críticas como Natal e festas de final de ano. A ameaça de paralisação durante esses períodos maximiza a pressão sobre os empregadores e o governo, forçando-os a negociar sob condições desfavoráveis.
Dessa forma, mais do que nunca desenvolver a habilidade para negociar greves e situações conflituosas surge como desafio fundamental no governo e nas empresas.
A escassez de recursos
A indisponibilidade de recursos impede que o governo federal atenda às demandas das categorias em greve, o que acrescenta um dilema significativo à discussão. No caso concreto, o governo sinalizou uma disponibilidade de 9% para 2025, proposta que já foi rejeitada.
Assim, será necessária uma abordagem de negociação que não apenas resolva o conflito imediato, mas também estabeleça um precedente para futuras negociações.
Negociar greves: que caminhos seguir?
William Ury, cofundador do programa de negociação de Harvard e o Clube de Negociadores enfatizam a importância negociar empregando Soft Skills como a escuta ativa, empatia e a busca por interesses comuns. Ademais, é importante equilibrar o emprego da assertividade, uma habilidade crucial, com a flexibilidade para alcançar soluções mutuamente benéficas.
Além disso, nunca é demais lembrar: se por um lado está evidente a importância das Soft Skills, não podemos também deixar de somar a esse “combo” as habilidades técnicas de negociação. Juntas, elas formam uma combinação poderosa.
O desafio de negociar greves complexas como essa, que podem impactar não apenas o bolso dos brasileiros mas também a continuidade de serviços não é simples; mais do que nunca, requer uma grande habilidade para negociar em situações críticas como as greves. Dessa forma, eis aqui alguns passos que acreditamos que devem ser seguidos:
Preparação e Análise
Antes de qualquer negociação, é crucial entender completamente o contexto e as demandas das agências. Neste caso não é diferente. Assim, consideramos importante:
- Analisar as reais causas da greve: Compreender os motivos por trás da ameaça de greve permite abordar as questões de forma direta.
- Avaliar com isenção e de forma objetiva os impactos: Estimar o efeito potencial da greve no PIB e nos serviços essenciais ajuda a priorizar as negociações.
Construção de Relacionamento
O desafio de negociar greves envolve diversos pontos. Dentre eles, estabelecer um diálogo aberto e confiável com os representantes das agências é fundamental. Dessa forma, isso envolve:
- Comunicação efetiva: Manter canais de comunicação claros e ativos.
- Escuta ativa: Demonstrar compreensão e empatia pelas preocupações apresentadas.
Foco nos Interesses – não nas Posições
Concentrar-se nos interesses subjacentes das partes, em vez de suas posições declaradas, pode revelar soluções criativas. Assim, isso requer:
- Identificar interesses comuns: Buscar áreas onde os objetivos do governo e das agências se alinham.
- Explorar opções de ganhos mútuos: Desenvolver propostas que beneficiem ambas as partes. A habilidade para lidar com conflitos de forma eficaz envolve. obrigatoriamente, esse ponto.
Gerenciamento de Expectativas
É importante gerenciar as expectativas de todas as partes envolvidas para evitar mal-entendidos. Isso inclui:
- Ser transparente: Comunicar claramente o que o governo pode e não pode oferecer.
- Estabelecer realismo: Assegurar que as demandas estejam alinhadas com as possibilidades econômicas.
Utilização de Padrões Objetivos
Ao negociar com grevistas, baseie as tratativas usando padrões objetivos, como leis, regulamentos e benchmarks econômicos. Dessa forma a discussão se mantém imparcial. Isso envolve:
- Referência a precedentes: Usar casos anteriores de negociações bem-sucedidas como guia.
- Aplicação de critérios justos: Garantir que as decisões sejam baseadas em princípios equitativos.
Desenvolvimento de Contingências
Ter um plano B é essencial caso as negociações não avancem como esperado. Para que isso ocorra, é importante:
- Preparação para a greve: Implementar medidas para minimizar o impacto da greve.
- Desenvolver alternativas: Buscar acordos com outras entidades para garantir a continuidade dos serviços.
- Analisar juridicamente as linhas de ação possíveis caso a greve venha a ser desencadeada.
Conclusão
Negociar em situações conflituosas requer uma combinação de habilidades negociais, compreensão profunda do contexto social e econômico e a capacidade de manter a calma sob pressão. Assim, ao adotar uma abordagem estratégica e empática, é possível transformar conflitos em oportunidades para construir relações mais fortes e sustentáveis.
Além disso, convém lembrar que os tópicos abordados são apenas um ponto de partida para lidar com negociações complexas e conflituosas. A prática contínua e o estudo aprofundado dos métodos de negociação podem fornecer aos profissionais as ferramentas necessárias para enfrentar esses desafios com confiança e eficácia.
Dessa forma, a correta aplicação dos pontos aqui apontados pode ajudar a evitar a paralisação e encontrar soluções que atendam às necessidades de todas as partes envolvidas.
Veja também:
Negociação em acordos complexos
Poder de Influência: Lições da greve dos Correios
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